
As expectativas do mercado financeiro para a inflação dos próximos anos voltaram a recuar, indicando um cenário de maior estabilidade econômica à frente. Os números foram divulgados na última semana de novembro pelo Banco Central, que divulga semanalmente estimativas de mais de 100 instituições financeiras.
A queda nas projeções ocorre em um momento em que o país opera sob o novo sistema de meta contínua de inflação, implementado em 2025, que estabelece objetivo central de 3%, com tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Inflação: expectativas recuam e reforçam perspectiva de controle gradual
Pela segunda semana seguida, os economistas reduziram as projeções para 2025 e 2026. Na semana anterior, pela primeira vez no ano, a expectativa para o ano seguinte havia caído para abaixo do limite superior da meta.
Previsões atualizadas do mercado:
- 2025: de 4,46% → 4,45%
- 2026: de 4,20% → 4,18%
- 2027: permanece em 3,80%
- 2028: estável em 3,50%
Quando a inflação sobe, o poder de compra cai, especialmente entre famílias de menor renda. A redução nas expectativas indica que o mercado enxerga maior equilíbrio entre preços, renda e atividade econômica nos próximos anos.
PIB: projeções de crescimento seguem estáveis
O relatório do Banco Central também mostrou estabilidade nas projeções para o Produto Interno Bruto, indicador que mede a produção de bens e serviços e serve como termômetro do ritmo econômico:
- PIB 2025: permanece em 2,16%
- PIB 2026: estável em 1,78%
A manutenção das projeções sugere que o mercado segue cauteloso, mas não antecipa grandes oscilações na atividade econômica no médio prazo.
Juros: mercado mantém previsão para 2025
As expectativas para a taxa básica de juros (Selic) também mostraram pouca variação:
- Selic final de 2025: mantida em 15% ao ano
- Selic final de 2026: de 12,25% → 12% ao ano
- Selic final de 2027: estável em 10,50% ao ano
Mesmo com taxas ainda elevadas, a redução esperada em 2026 indica que o mercado vê espaço para um ciclo de flexibilização mais consistente, caso a inflação continue cedendo.