A inovação está diretamente associada ao futuro das cidades. Não há como desenvolver um ecossistema de criatividade que não é acompanhado e até mesmo sustentado pelo espaço urbano. O momento pós-pandemia traz uma série de oportunidades de ressignificação do urbano: são esses espaços mesmo que queremos? É aqui que vamos criar nossos filhos e desenvolver nossos negócios? Se as cidades são resultado do que se viveu até aqui, o novo normal é quem vai definir os modos de ocupação e vivência dos espaços.
Os novos desafios do habitar urbano foram apresentados por Ana Carla Fonseca, doutora em Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP), na Expogestão 2020. “As cidades vivem desafios interligados e qualquer movimentação impactará diretamente o todo. Essa é a parte boa porque cada um pode fazer a diferença”, destacou. Ana ainda destacou exemplos de experiências bem sucedidas em Montreal (Canadá), Gotemburgo (Suécia), Paris (França) e Medelin (Colômbia), nas quais os desenvolvimentos dos negócios e a busca pela inovação impactaram e foram impactados pela transformação das cidades. “É uma correlação”, explicou.
Em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, o novo conceito de espaço urbano alterou inclusive a base econômica que era predominantemente o café. Tudo por conta da implantação de um curso técnico de eletrônica que, aos poucos, trouxe a inovação para a comunidade. O diálogo é permanente entre a cidade, cidadãos e empresas, o que permite que a evolução permaneça e os espaços sejam melhor aproveitados.
Assim como as escolhas ou investimentos passados impactam no futuro das cidades, a pandemia também deixará seu legado para as próximas gerações. Houve um êxodo dos grandes centros por conta lockdown. E enquanto os problemas das cidades não forem resolvidos e as pessoas não se identificarem mais com esses centros urbanos, talvez haja um grande esvaziamento habitacional.
