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O potencial da formação técnica para aumentar empregabilidade de jovens brasileiros

Nos últimos anos, Santa Catarina vem sofrendo com a falta de mão de obra técnica. Pólos industriais como o Norte de Santa Catarina, onde se concentram as operações brasileiras da Nidec Global Appliance, detentora da marca Embraco, lidam com o desafio de ter vagas abertas e não encontrar candidatos capacitados. Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também apresentam dados preocupantes: em 2021, o percentual de jovens desempregados foi recorde: 41,8% na faixa dos 14 a 17 anos, e 26,8% entre os que têm de 18 a 24 anos. Além disso, os estudos apontam que 28,6% dos jovens de 15 a 17 anos estavam fora da escola. Como melhorar tais índices e ajudar esses jovens a se prepararem para o mercado de trabalho?

Um bom exemplo de iniciativas que contribuem para isso está acontecendo em Joinville. Uma parceria entre Prefeitura, Acij (Associação Empresarial de Joinville), Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina) e indústrias do município, que qualifica as pessoas para entrar na indústria. Pelo Joinville Emprega Mais são oferecidas cerca de 1.400 vagas em cursos de qualificação em áreas que estão com déficit de profissionais. É uma oportunidade para entrar no mercado de trabalho formal, com remuneração justa, benefícios como plano de saúde, transporte, alimentação, além da possibilidade de desenvolvimento profissional, por meio do ensino técnico, por exemplo, que, além de ser mais acessível, cria oportunidades para uma carreira promissora nas empresas. E a indústria também ganha, uma vez que pode contar com mão de obra qualificada, resultando no aumento de produtividade e de competitividade, tanto no mercado interno quanto internacional.

Na Nidec Global Appliance, diferentes ações são promovidas para capacitar o ativo mais valioso da empresa: as pessoas. Em uma das iniciativas, com apoio do Senai, 32 bolsistas foram patrocinados no curso técnico de Eletromecânica. Alguns alunos poderão ser contratados ao fim do curso pela empresa, ajudando-os a dar o primeiro passo na carreira técnica. Também com o Senai e com a Associação Brasileira de Fundição (Abifa), foi organizado um curso técnico específico para o setor. “Os jovens precisam começar a se preparar para carreiras profissionais mais longas, já que a aposentadoria também virá mais tarde. Também é preciso perceber que o caminho não está só na formação superior, visto o número de formados desempregados que já temos hoje. É preciso voltar a focar na formação técnica como primeiro passo para um engajamento profissional consistente”, explica Robson Leandro Luiz, gerente sênior de Recursos Humanos da Nidec Global Appliance.

Embora, no Brasil, a adesão ao ensino técnico ainda seja baixa, ele pode ser a chave para aumentar exponencialmente as oportunidades de empregabilidade de um jovem, ao mesmo tempo em que reduz a precarização ocupacional e melhora condições do profissional e da indústria, influenciando positivamente em perspectivas futuras. “Esse dilema entre ter uma vaga de trabalho e não ter um trabalhador para ocupá-la é uma realidade que precisa ser enfrentada por todos os agentes, sejam eles públicos ou empresariais. A nossa experiência de atuação conjunta já tem trazido resultados positivos como os obtidos com o Programa Joinville Emprega Mais”, afirma.