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Liderança

Liderança 360 – consciente e humanizada

Mais produtividade e felicidade com o mindfulness
A preocupação com a saúde e o bem-estar dos colaboradores é uma tendência crescentes que traz melhores resultados para as empresas

O dia a dia em empresas exige cada vez mais estabilidade emocional para encarar rotinas de múltiplas tarefas, metas audaciosas, competitividade e instabilidade. Toda essa pressão pode refletir em sérios problemas para a saúde mental. Em sua palestra na Expogestão 2020, o médico Marcelo Demarzo aponta a prática regular de mindfulness como forma de influenciar positivamente o bem-estar e a qualidade de vida de líderes e colaboradores, melhorando as relações interpessoais, o desempenho, a liderança colaborativa e o senso de propósito profissional.
Mindfulness é o treinamento da atenção plena. A ideia é aprender a vivenciar o momento presente, aceitando a experiência, olhando a realidade como ela realmente é, sem reagir no piloto automático. Segundo Demarzo, referência nacional e internacional em programas e pesquisas na área, o aprendizado é possível, mas exige treinamento. “Uma pesquisa, publicada na revista ‘Science’ mostrou que 47% do nosso tempo estamos pensando em outra coisa que não é o que estamos fazendo naquele momento. Quanto menos foco, mais percebemos o estresse. Quanto mais conscientes, focados, mais entendemos as emoções e reagimos menos frente ao estresse. Mais qualidade de vida melhora a performance”, destaca.
A grosso modo, o treinamento de mindfulness é simples: separar um tempo a cada dia para estar no agora. Embora a prática não seja assim tão fácil, Demarzo explica que é possível. Assim como treinamos nossos músculos na academia, podemos ensinar nosso cérebro. Com a prática regular, o processo torna-se mais natural, sendo possível permanecer nesse estado em grande parte do tempo, aumentando a qualidade de vida.
O treinamento usa várias técnicas, entre elas a meditação. Ainda que tenha origem nas tradições orientais, no mindfulness, contudo, ela é usada com base científica, dissociada do cunho religioso. O padrão dos treinamentos é de quatro ou oito semanas (básico ou avançado) para que se aprenda a incorporar a prática no dia a dia. Após esse período, os participantes estão prontos para continuarem praticando as técnicas sozinhos ou em grupos, e em seus próprios ambientes (em casa ou no trabalho). A prática pode ser uma aliada dos gestores e profissionais que precisam tomar decisões importantes dia a dia. Pois, com atenção ao momento presente, fazem escolhas mais conscientes.
Empresas que empregam a técnica e monitoram os resultados têm percebido bons resultados, alega Demarzo. Conforme o médico, os colaboradores melhoram, passam a ter mais propósito, mais foco, bem-estar, felicidade, satisfação com a vida, mais criatividade e, claro, menor sensação de estresse.

Marcelo Demarzo

Marcelo Demarzo

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