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Viver num mundo digital

O mundo passou da era industrial para a do conhecimento, mas a transformação vinha se dando numa velocidade lenta. Com a pandemia de Covid-19, porém, essa velocidade ficou vertiginosa. A tecnologia digital entrou na vida de todo mundo e de todas as organizações. Ser digital não é mais uma questão de escolha, mas uma necessidade para competir, em qualquer ramo de atividade. Como acompanhar essa transformação? Como se adaptar ao novo mindset digital?
Para dar algumas respostas, a Expogestão promoveu o painel “O novo mindset digital nas organizações”, reunindo três lideranças empresariais: Carlênio Castelo Branco, CEO da Senior Sistemas, uma das maiores desenvolvedoras de software do Brasil; Eduardo Smith, CEO da Softplan, gigante de desenvolvimento de software; e Ricardo Emmerich, presidente da Hewlett Packard Enterprise Brasil.
O comportamento das pessoas
A aceleração do mindset digital exigiu adaptações comportamentais, à medida em que as pessoas foram voltando aos escritórios. Diz Carlênio Castelo Branco: “Houve uma dificuldade na volta aos escritórios, uma necessidade de readaptação. Os líderes precisam, agora, engajar as equipes”. Castelo Branco usou como exemplo o e-commerce: “Esse sistema já era uma realidade, mas foi acelerado pela pandemia. Operações logísticas duplicaram, triplicaram. E as empresas que estavam preparadas ficaram mais fortes. Para ganhar o jogo, é preciso jogar com dados (data)”.
Ricardo Emmerich reforça: “Fomos obrigados a adotar tecnologias que já estavam disponíveis, e que continuam por aí, à disposição de quem quiser – e souber – utilizá-las”.
O papel da liderança
Houve uma mudança de perspectiva do líder, segundo Eduardo Smith: “O líder é diferente do gerente, que administra as questões do dia a dia. Cabe ao líder abrir o ambiente à participação, dar o norte, engajar a equipe. Deixar fluir, mas corrigir os rumos”.
Castelo Branco concorda: “O líder precisa menos de controle e mais de inspiração”.
Eduardo Smith arremata: “Precisa ter uma capacidade de abertura, de se adaptar a todos os tipos de momentos e de pessoas”.
O impacto da internet
A rede mundial foi uma grande aliada na pandemia, e ainda é o maior símbolo do mundo digital. Para Ricardo Emmerich, “mais que transformação, temos uma otimização digital. Hoje, para entender nosso cliente, dependemos de dados, mais do que nunca”.
Eduardo Smith concorda, mas ressalva: “Precisamos avaliar o que, de fato, pode ser feito com determinada tecnologia, devemos fugir dos modismos, de utilizar metaverso, por exemplo, só porque está na moda”.
O problema da capacitação
As empresas dos três CEOs, todas de alta tecnologia, somavam neste dia 335 vagas em aberto, muitas há bastante tempo, por falta de mão-de-obra qualificada. “A mão-de-obra – atesta Carlênio Castelo Branco – não vem acompanhando a transformação. Nós precisamos formar novos talentos, mesmo que não venham a trabalhar na nossa empresa.”
A opinião é compartilhada pelos outros executivos, como Emmerich: “A universidade não tem conseguido entregar novos e bons profissionais ao mercado. Então, precisamos ajudar a formá-los, com foco na questão geracional e na diversidade”.