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Economia deve ter retomada lenta a partir de 2021

A pandemia do novo coronavírus afetou de forma profunda a trajetória econômica em todos os países do mundo. No Brasil não foi diferente. Se lidar com estimativas econômicas no país já é complicado em contextos normais, agora é um desafio ainda maior. Mas, apesar das grandes dificuldades econômicas, há também um expansionismo grande para fazer frente nessa batalha, que pode fazer com que o país tenha uma retomada gradual já a partir de 2021. Mas essa recuperação depende do fim da pandemia, que é o equacionamento da crise.

Para a economista Denise de Pasqual, sócia-fundadora da Tendências Consultoria Integrada, o Brasil vinha de uma recuperação cíclica, saindo de uma recessão. E, bem no meio da recuperação, foi pego pela pandemia, o que vai fazer com que o país tenha uma queda forte no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. “Revisamos a queda do PIB deste ano para 5,6%. Para o ano que vem, deve ocorrer uma recuperação de 3% e, a partir de então, um crescimento na casa dos 2,5% ao ano, acredita.

Essa retomada será gradual, principalmente, porque o país ainda enfrenta muitos obstáculos. “Vemos o mercado de trabalho com um dinamismo baixo e ainda vão sair os estímulos tomados como medida para enfrentar toda essa situação. A tudo isso soma-se uma situação fiscal bastante complicada. O governo precisa aprovar reformas de controle de gastos obrigatórios, como a PEC do pacto federativo e a emergencial para fazer frente a esse endividamento causado pelas medidas de enfrentamento do Covid-19”, avalia.

Para a economista, a retomada ocorrerá de forma heterogênea entre setores da economia e entre regiões do Brasil. Denise explica que, após o fim dos repasses emergenciais às famílias, todas as regiões devem apresentar retração da massa de renda familiar, especialmente o Norte e o Nordeste. “O alto grau de informalidade de suas ocupações e a elevada proporção de domicílios em extrema pobreza devem impedir a recuperação do rendimento total”, avalia. Já as regiões Sul e Sudeste, devem se beneficiar da maior participação de domicílios que pertencem às classes de renda mais alta. “Com maior concentração de empregadores no estrato mais alto de renda, com renda atrelada à lucratividade de suas empresas, essas regiões devem tomar a dianteira na retomada”, acredita.