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O CEO, entre a governança e a gestão

Se, normalmente, o principal executivo de uma organização se vê assoberbado pelas atribuições inerentes ao cargo, imagine nesses tempos de rápida transformação, num mundo volátil. Como agir? Qual a agenda? Quais são as dicas? Como entregar valor para a organização?
As provocações foram feitas pelo mediador, o especialista em estratégia e governança corporativa Luís Lobão, no painel “Governança, gestão e o papel do CEO”, aos debatedores Gilberto Heinzelmann e Wilson Lirmann, principais executivos, respectivamente, da Zen, indústria de autopeças de Brusque (SC), e da Volvo América Latina.
O desafio da sucessão familiar
No caso da Volvo, a administração de sucessões fica no âmbito das concessionárias. “Temos – explica Wilson Lirmann – um modelo de concessionária do futuro, estimulamos a governança, a gestão, a tecnologia… Temos uma rede consolidada, de confiança. São treze grupos familiares, alguns já na segunda geração, todos devidamente preparados para a sucessão.”
Já a Zen, uma empresa familiar, concluiu com sucesso a passagem da família para um administrador de fora. “A empresa está num estágio avançado, com maturidade, a família no Conselho. Uma dica, nesse assunto, é não esperar, pois o processo de sucessão é de longo prazo”, afirma Gilberto Heinzelmann, que além de CEO na empresa catarinense é conselheiro em outras duas. “O bom é se espelhar em histórias de sucesso”, ensina. Wilson Lirmann reforça: “Na Volvo, colocamos as concessionárias em contato com histórias reais”.
A agenda do CEO
O que é imprescindível na agenda do CEO? – provocou Luís Lobão. Não abrir mão do apoio da equipe é fundamental, para ambos os executivos. “O CEO é um só, precisa da organização, das pessoas”, diz Lirmann. “Ele precisa ser o guardião da cultura da empresa, do jeito de fazer as coisas”, acrescenta Heinzelmann. E coloca duas frases, para serem usadas no lugar de antigos chavões: “Não existe jeito certo de fazer algo errado. Se não puder escrever como se faz, não faça”.
A agenda inclui a administração do conflito entre as demandas do time e a pressão de acionistas, conselheiros, mercado… Wilson Lirmann diz que é preciso “questionar, pensar em possíveis ameaças e comunicar claramente, exercendo o papel de intermediador”.
É possível mudar os valores de uma organização? – perguntou alguém da plateia. Lirmann resumiu a questão, apoiado por Heinzelmann: “Valores são permanentes, mas a cultura evolui. Então, novos valores podem ser incorporados, como foi o caso da Paixão e da Mudança, no caso da Volvo”.